Ghosting e o impacto na saúde mental e emocional da pessoa que são vítimas dessa prática
O ghosting é um fenômeno cada vez mais comum nas relações interpessoais, especialmente nas relações amorosas e de amizade. Consiste em encerrar abruptamente o contato com outra pessoa, sem qualquer explicação ou justificativa, simplesmente desaparecendo da vida dela.
Embora o ghosting possa ser praticado por diferentes motivos, uma das principais razões por trás dessa atitude é o narcisismo. O narcisismo é um traço de personalidade caracterizado pelo amor excessivo e desmedido por si mesmo, pela busca constante de admiração e pela falta de empatia em relação aos outros.
Quando uma pessoa pratica o ghosting, ela está colocando seus próprios desejos e necessidades acima dos sentimentos e bem-estar da outra pessoa. Ela não se importa com o impacto emocional que sua atitude pode causar no outro, pois está mais preocupada em evitar confrontos, desconfortos ou responsabilidades.
O narcisista vê o outro como um objeto descartável, sem valor ou importância. Ele não se preocupa em estabelecer uma comunicação clara e honesta, pois acredita que não precisa dar explicações ou justificativas para suas ações. Ele simplesmente desaparece, deixando a outra pessoa confusa, magoada e sem respostas.
SIMONE CALENZANI
PSICOLOGA
CRP 05/74317
Além disso, o narcisista também pode usar o ghosting como uma forma de manipulação e controle. Ao desaparecer sem deixar rastros, ele mantém o poder sobre a outra pessoa, deixando-a em um estado de incerteza e vulnerabilidade. Ele sabe que o outro ficará se questionando sobre o que fez de errado, tentando entender o que aconteceu e buscando uma reconciliação.
O ghosting pode ter um impacto significativo na saúde mental e emocional da pessoa que é vítima dessa prática. Ela pode se sentir rejeitada, abandonada e com a autoestima abalada. Além disso, o ghosting pode gerar sentimentos de ansiedade, depressão e desconfiança nas relações futuras.
É importante ressaltar que o ghosting não é uma forma saudável de lidar com os conflitos e desafios das relações interpessoais. É fundamental cultivar a empatia, a comunicação aberta e o respeito mútuo nas relações, buscando sempre uma resolução adequada e respeitosa para os problemas que surgem.
Simone Calenzani