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Governos
da Coreia do Sul e da China disseram não saber da informação. Falta de
transparência torna o real estado de saúde do ditador um mistério
O
verdadeiro estado de saúde do ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un,
continua cercado de mistérios após a imprensa norte-americana noticiar, na
segunda-feira (20), que ele apresentava
estado grave após passar por cirurgia cardiovascular.
Isso porque informações sobre a
ditadura norte-coreana são difíceis de serem confirmadas. A Coreia do Norte
está entre os regimes mais fechados do mundo, e não relata
com transparência o que ocorre com Kim ou outros dados do país.
As
primeiras notícias de que Kim estava "em estado grave" foram
transmitidas por fontes do governo dos Estados Unidos à
imprensa norte-americana. Além disso, um site mantido por desertores da Coreia
do Norte também publicou que o ditador teve as condições agravadas devido à
obesidade e ao hábito de fumar.
O governo da Coreia do Sul —
que monitora a ditadura vizinha — não confirmou o estado de saúde, mas
reconheceu que Kim passou por cirurgia. A China, que
mantém laços com o regime norte-coreano, disse não ter registro sobre o
ditador.
E,
oficialmente, o governo dos EUA também não comprovou a história. O
presidente Donald Trump disse
nesta terça-feira (21) que "ninguém confirmou que o presidente da Coreia
do Norte está doente".
"Espero
que ele esteja bem. Tenho uma relação com ele muito boa", afirmou Trump.
Como os
rumores começaram?
Kim
Jong-un faltou ao evento de comemoração do aniversário do avô,
Kim Il-Sung, que ocorreu em 15 de abril. Mesmo morto em 1994, o ex-ditador é
considerado um líder até hoje pelo regime norte-coreano.
Na época,
especulou-se que a ausência de Kim era uma medida protetiva contra o novo coronavírus. A
Coreia do Norte, oficialmente, diz que não tem nenhum caso de Covid-19 — número
contestado por observadores internacionais.
A última
fotografia em que Kim aparece data de 12 de abril e o mostrava inspecionando aviões
militares.
Fontes
que monitoram o regime norte-coreano, então, relataram que Kim faltou ao evento
após passar por cirurgia cardiovascular no início do mês.
O que diz
o regime norte-coreano?
Até
a noite desta terça, a Coreia do Norte não havia se manifestado publicamente sobre
o estado de saúde de Kim Jong-un. O regime sequer confirmou que
o ditador passou por cirurgia.
A agência estatal KCNA publicou uma
série de notas nesta terça que não mencionam qualquer alteração na saúde de
Kim. Um dos textos diz que o ditador enviou mensagem ao presidente de Cuba, Miguel
Díaz-Canel, para parabenizá-lo pelo aniversário na segunda-feira.
Se Kim morrer, quem assume?
É outro mistério. Não se sabe
se existe uma linha de sucessão na Coreia do Norte nem como ela funciona. Até
Kim Jong-un, o poder passou de pai para filho desde Kim Il-sung, mas não está
claro quem chefiaria o país caso o ditador morra ou renuncie ao cargo.
A hipótese mais provável é que a
irmã dele, Kim Yo Jong, assuma o poder por um período. No entanto, há disputas
internas entre a elite do Partido dos Trabalhadores da Coreia, que governa o
país, e que poderiam retirá-la do poder.
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